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Ao luar comigo

27
Set19

Somos uma promessa

Inês Santos

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Eu quis escrever sobre ti, sobre o teu nome, sobre o teu sorriso. Sobre todas as linhas imaginárias que de uma maneira ou de outra sempre me puxaram de volta para tudo isto que nos junta, assusta e conforta ao mesmo tempo. Quis contar-te que a culpa de eu estar a ouvir a música mais triste de todos os tempos é tua. Quis partilhar contigo que o espaço vázio entre a minha mão e o céu estrelado me lembrou do que de repente somos e da distância que nos separa que agora parece maior que nunca. Quis escrever sobre qualquer coisa que não seguisse a linha pesada da nossa história mal escrita e cheia de vírgulas. Mas, a música triste estava a uns segundos de acabar e o meu peito afogado por uma nostalgia do tamanho dos meus olhos, quis te escrever. Somos o frio de todas as tempestades que já vivemos e inexplicavelmente também somos a alegria de um dia bonito de verão. Somos uma promessa. Nascer do sol meu amor, um recomeço é o que somos, ou éramos, ou ainda podemos ser. Além da perda tivemos ganhos e o que seria de mim sem ti para me abrigares no teu corpo que é a minha casa e me encheres de espuma nos nossos banhos. Diz-me o que seria de mim sem a tua voz que me aquece a alma. Não há paz num mundo onde a chuva não vem acompanhada de alguns trovões e relâmpagos e nós sabemos disso. Não serías tão frio se algumas vezes não tivesses sido tão quente. E quanto ao que eu quis escrever e ao que acabei por escrever, tu conheces-me. Eu quero tantas coisas e quero tão pouco ao mesmo tempo. Mas, neste momento eu estou incompleta porque o meu sol está nascer e a tua lua ainda dorme. Não tivemos um fim e este texto também não. 

22
Mar19

És amor

Inês Santos

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Não foste um acaso, nem uma sorte. Foste desejo e paixão e és amor. Aqui. Agora. Neste segundo e em todos os que se seguem és amor. E o teu amor não é um amor qualquer. Ele rasga-me ao meio e faz de mim tudo o que eu sempre ansiei que um amor de verdade me fizesse. Morro de medo que a vida nos troque as voltas, choro como uma louca e é este o preço de te ter todos os dias. Oro por tudo que este preço nunca deixe de me ser cobrado. Quero continuar a crescer contigo. Preciso que me lembres o quanto tua, mimada e chata sou. Tirar-te o sono, encher-te de beijos e dar-te toda a minha atenção e carinho tem que fazer parte dos meus dias. Longe, ou perto. No nosso melhor ou pior eu só peço uma vida contigo. Que as tuas mãos nunca deixem de passear pelo meu corpo. Que todas as noites passem a manhãs preguiçosas numa cama contigo. Que me ensines mais e que o meu cabelo nunca deixe de te fazer cócegas. Que o tempo espere por nós e que nenhum obstáculo seja maior que a nossa história. Estava escrito nas estrelas? Foi obra do destino ou essas tretas de que todos falam? Que se lixe tudo isso. Não há explicação para nós. Morro de amor por ti e sabe tão bem.

10
Jan19

Tua

Inês Santos

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Consegues reconhecer o peso de uma pena sem a pesar? Faz-me ser tua e eu garanto-te que vais ter a noção. Queres-me mostrar o que é felicidade? Sê meu. Conta-me as tuas histórias de rapaz mal comportado. Fala-me dos teus medos, confessa-me os teus erros e falhas. Conta-me tudo. Na noite passada quis-te mas tu não vieste, diz-me por onde andaste. Não me mintas, não me ocultes coisa nenhuma. Confia em mim às cegas, eu não deixo que tu tropeces. Agora anda, deita-te comigo, adormece-me como só tu sabes fazer. Faz-me chamar por ti mesmo tendo te por perto. Não te vás embora. Suporta o meu mau feitio e não dês um único passo mesmo que eu te mande embora. De certeza que eu te vou dizer mais que uma vez para me largares, mas não o faças, por favor. Sabes como eu sou, a minha insegurança faz-me ser assim. Peço-te para que nada te deixe afetar, que nada te tire de mim, nem mesmo eu própria. Eu não tenho medo de ti, tenho medo dos meus sentimentos. Não me leves a mal, mas talvez devesses sair do meu quarto o mais rápido possível. Volta daqui a uns dias quando eu não estiver tão assustada. Dá-me tempo e espaço, mas se não fores capaz também não faz mal. As indecisões reinam agora na minha cabeça. Sei que te quero, só não sei a que ponto estou disposta a deixar-me ir por ti. Afasta-te, quero recuperar o fôlego, pára de me beijar. Solta-me e deixa-me ir beber um copo de água à cozinha. Não venhas atras de mim. Mas, se eu voltar ao quarto nua vais te importar? Desculpa os meus impulsos, não sei como os controlar. Livra-me que me arrependa e vem ter comigo. Entrelaça a tua mão na minha, agarra-me pela cintura e guia me até a minha cama que tão bem nos conhece. Pelo caminho beija-me e eu prometo que me entrego a ti. É hoje que me mostras que sabes cuidar de mim? À medida que me tocas percebo que o teu toque é quente. Acredita que se eu não estivesse a arder por dentro podia jurar que me queimavas. Eu não sou de vidro mas contigo sinto-me como se fosse. Aconchegares-me para perto de ti com certeza que não me vai por em perigo. Neste momento não sei o que te pertence mais, se é o meu corpo ou a minha alma. Sinto-me a fraca mais forte da história. Se eu adormecer, ainda cá vais estar pela manhã? Sem pressas, regras ou limites, é assim que eu quero ser tua.

31
Dez18

Ele

Inês Santos

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Café sem açúcar, insónias, pesadelos, drogas e arte, muita arte. Olhos cansados escuros, voz doce que ele arrasta sem querer. Cabelo engraçado, sorriso de quem sempre se perde. Riso alto, passos lentos. Mãos fortes e uns braços que me acolhem como ninguém. Nada iguais, tão diferentes e há tanto dele em mim.

30
Nov17

Já não és mais

Inês Santos

 

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A tristeza tocou-te, abraçou-te, namorou-te até se viciar em ti. As velas chegaram ao fim, as roupas romperam-se, a tinta gastou-se e o chá esfriou-se. A escuridão é agora o teu conforto, a lua guia-te e as estrelas parecem perder o brilho a cada lágrima que deixas escapar. As noites bem dormidas desapareceram, as manhãs energéticas acabaram e tu ainda aqui estás. És dona de olheiras impossíveis de disfarçar e de um cabelo naturalmente cheio de nós. A temperatura do teu corpo é incerta, assim como ganhas e perdes vontades a cada batida do relógio. Minutos viraram horas em que involuntariamente decoras cada detalhe do teu quarto. As paredes antigamente azuis são agora o palco de assustadoras imaginações. Sobrevives com um coração cansado e uma mente baralhada. Eras tu, a simpática, a sorridente e a bondosa morena do 4° andar. Já não és mais.

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