Somos uma promessa
Eu quis escrever sobre ti, sobre o teu nome, sobre o teu sorriso. Sobre todas as linhas imaginárias que de uma maneira ou de outra sempre me puxaram de volta para tudo isto que nos junta, assusta e conforta ao mesmo tempo. Quis contar-te que a culpa de eu estar a ouvir a música mais triste de todos os tempos é tua. Quis partilhar contigo que o espaço vázio entre a minha mão e o céu estrelado me lembrou do que de repente somos e da distância que nos separa que agora parece maior que nunca. Quis escrever sobre qualquer coisa que não seguisse a linha pesada da nossa história mal escrita e cheia de vírgulas. Mas, a música triste estava a uns segundos de acabar e o meu peito afogado por uma nostalgia do tamanho dos meus olhos, quis te escrever. Somos o frio de todas as tempestades que já vivemos e inexplicavelmente também somos a alegria de um dia bonito de verão. Somos uma promessa. Nascer do sol meu amor, um recomeço é o que somos, ou éramos, ou ainda podemos ser. Além da perda tivemos ganhos e o que seria de mim sem ti para me abrigares no teu corpo que é a minha casa e me encheres de espuma nos nossos banhos. Diz-me o que seria de mim sem a tua voz que me aquece a alma. Não há paz num mundo onde a chuva não vem acompanhada de alguns trovões e relâmpagos e nós sabemos disso. Não serías tão frio se algumas vezes não tivesses sido tão quente. E quanto ao que eu quis escrever e ao que acabei por escrever, tu conheces-me. Eu quero tantas coisas e quero tão pouco ao mesmo tempo. Mas, neste momento eu estou incompleta porque o meu sol está nascer e a tua lua ainda dorme. Não tivemos um fim e este texto também não.